Espiritismo x Espiritualismo (Por João Afonso)
Por João Afonso
Uma Releitura com Reflexões e Referências Básicas
Trabalharemos aqui no www.garanhunsespirita.com.br uma série de estudos da Doutrina Espírita como ênfase inicial na Introdução de O Livro dos Espíritos.
O professor Rivail (Hippolyte Léon Denizard Rivail) havia sido convidado em 1854 por amigos entre eles o Sr. Fortier que também era magnetizador, para participas das sessões dos fenômenos das famosas Mesas Girantes. A princípio recusa, mas, a partir de fatos novos, resolve participar.
Surpreso diante daqueles fatos visíveis e estranhos, e, convencendo-se de que o movimento e as respostas complexas das mesinhas deviam-se à intervenção dos supostos espíritos ou forças do além, o professor Rivail passou a dedicar-se à estruturação de um projeto que pudesse desenvolver a compreensão daquela realidade ali exposta e da necessidade de trabalhar integração entre os conhecimentos científicos, filosóficos e moral, pois era na sua visão o melhor caminho para dar sustentação ao movimento embrionário que se transformaria em Doutrina – A Espírita.
Assim vamos encontrar de imediato na introdução de O Livro dos Espíritos um roteiro importante para compreensão da proposta espírita.
Introdução I – Espiritismo x Espiritualismo
Na introdução de “O Livro dos Espíritos”, Kardec utilizando a Didática do Professor Rival, traz uma nova terminologia para evitar ambiguidades e confusões linguísticas que poderiam surgir ao se empregar termos já estabelecidos como "espiritualismo" e "espiritualista". Kardec, reconhecendo a necessidade de clareza, introduz as palavras "espírita" e "espiritismo" para definir uma doutrina específica que trata das relações entre o mundo material e os Espíritos, ou seja, os seres do mundo invisível.
É importante destacar essa distinção, crucial para entender a proposta do Espiritismo como uma filosofia que, embora ligada ao espiritualismo, apresenta suas próprias características e fundamentos que abordaremos ao longo dos estudos.
Para facilitar a compreensão, vamos desenvolver perguntas e respostas especificas sobre este item em estudo
1. Qual a importância de termos específicos em novos campos de estudo?
- Ao introduzir termos como "espírita" e "espiritismo", Kardec estabeleceu uma distinção clara entre a Doutrina Espírita e outras correntes espiritualistas. Essa escolha terminológica tem como objetivo evitar confusões conceituais e proporcionar um entendimento mais preciso da doutrina aos interessados em conhecê-la mais profundamente.
Reportando à pergunta acima, entendo que a criação de novos termos permite uma comunicação mais clara e evita que conceitos distintos sejam confundidos. No caso do Espiritismo, essa distinção é essencial para diferenciar a crença na existência e comunicação com Espíritos de outras formas de espiritualidade.
2. Por que o Espiritismo é considerado uma fase do Espiritualismo?
Kardec afirma que o Espiritismo se liga ao Espiritualismo, apresentando-o como uma de suas fases. Isso sugere que o Espiritismo compartilha certos fundamentos com outras doutrinas espiritualistas, mas se diferencia por seu foco nas comunicações espirituais e na existência dos Espíritos.
Assim, o Espiritismo é considerado uma fase do Espiritualismo porque ambos compartilham a crença em algo além da matéria. No entanto, o Espiritismo vai além ao explorar as relações entre o mundo material e o espiritual, estabelecendo uma doutrina própria.
3. Como o Espiritismo se posiciona em relação ao materialismo?
Desta forma, o materialismo, ao negar qualquer existência além da matéria, se opõe diretamente ao Espiritualismo e, por extensão, ao Espiritismo. Kardec utiliza esse contraste para definir o campo de atuação do Espiritismo, que se baseia na existência de Espíritos e na interação entre o visível e o invisível.
Assim, categoricamente, o Espiritismo se opõe ao materialismo (ver pergunta 799 de O Livro dos Espíritos) ao afirmar a existência de um mundo espiritual e a possibilidade de comunicação entre os Espíritos e os vivos. Essa oposição estabelece o Espiritismo como uma resposta filosófica e espiritual à visão materialista do mundo.
4. De que maneira o uso de novos termos contribui para a compreensão e aceitação do Espiritismo?
Assim, a introdução de termos específicos como "espírita" e "espiritismo" não só facilita a compreensão da doutrina, mas também ajuda a consolidar sua identidade e a diferenciá-la de outras correntes filosóficas e religiosas.
O uso de novos termos contribui para a compreensão do Espiritismo ao evitar ambiguidades e esclarecer o que a doutrina representa. Além disso, ajuda a criar uma identidade própria para o Espiritismo, distinguindo-o de outras crenças espiritualistas.
5. Como outras obras espíritas corroboram ou expandem a distinção feita por Kardec entre Espiritismo e Espiritualismo?
Pesquisando outros autores espíritas, como Léon Denis e Herculano Pires, estes também exploram e expandem a distinção entre Espiritismo e Espiritualismo. Nas suas obras oferecem uma compreensão mais profunda das bases filosóficas e morais do Espiritismo, reforçando a importância da terminologia específica.
Conclusão
A introdução de novos termos por Allan Kardec, como "espírita" e "espiritismo", não é apenas uma questão semântica, mas uma necessidade para a clareza e compreensão de uma nova doutrina que a distingue do espiritualismo tradicional. Essa distinção permitiu ao Espiritismo estabelecer-se como uma filosofia própria, com fundamentos claros e bem definidos, que vão além das generalidades do espiritualismo.
Ao abordar as relações entre o mundo material e os Espíritos, o Espiritismo propõe uma nova perspectiva de entendimento do universo, que tem sido aprofundada por diversos autores espíritas ao longo do tempo.
E para encerrar, inserimos um alerta:
“É indispensável manter o Espiritismo, qual foi entregue pelos Mensageiros Divinos a Allan Kardec, sem compromissos políticos, sem profissionalismo religioso, sem personalismos deprimentes, sem pruridos de conquista a poderes terrestres transitórios”. Bezerra de Menezes
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